Café Arábica se Recupera Após Quedas, Sustentado por Expectativas de Safra Menor e Estoques em Declínio

Os contratos futuros de café arábica na ICE registraram alta nesta quarta-feira, recuperando parte das perdas acumuladas nas duas sessões anteriores. A valorização de 1,6% levou os preços a US$ 4,119 por libra-peso, após a mínima de uma semana e meia registrada na terça-feira. Esse movimento indica uma tentativa de estabilização do mercado após um período de forte volatilidade, impulsionado pela combinação de fatores técnicos e fundamentos de oferta e demanda. A recente sequência de recordes de alta, seguida por uma correção abrupta, demonstra a sensibilidade do mercado a qualquer sinal de mudança na produção e nos estoques globais.

Um dos fatores que sustentam os preços é a expectativa de uma safra menor no Brasil em 2025/26, conforme destacado pela Cooxupé, maior exportadora de café do país. A cooperativa projeta uma redução de 10% no volume recebido dos produtores devido às condições climáticas adversas enfrentadas em 2024. Além disso, os estoques certificados da ICE continuam em queda acelerada, com uma redução de mais de 130.000 sacas na terça-feira. A baixa disponibilidade global de café reforça a percepção de que os preços podem encontrar suporte em patamares elevados, limitando quedas mais expressivas no curto prazo.

No mercado de robusta, a tendência também foi de valorização, embora em menor intensidade, com alta de 0,4%, atingindo US$ 5.746 por tonelada métrica. A demanda pelo robusta segue firme, impulsionada pelos altos preços do arábica, levando torrefadores a buscarem alternativas mais acessíveis. Além disso, previsões de clima seco no Brasil nos próximos dias aumentam a preocupação com a oferta futura, contribuindo para a manutenção dos preços em níveis elevados. Diante desse cenário, o mercado segue atento aos impactos climáticos e ao comportamento dos estoques para definir as próximas movimentações dos preços do café. Fonte: Investing Café fecha em alta e açúcar bruto atinge novo pico de 2 meses Por Reuters